Ontem eu estava conversando com um paciente que estava na beira da morte, ele falou isto: - A morte me faz bem. Eu sempre tive meu destino na palma da mão, na curva entre meu coração e meu peito. Reclamei mais que o necessário: a vida me pertencia e isto era para ser o bastante. Continuamos a ser infantis, querendo muito. Sempre dei mais valor ao que já havia partido, sempre entendi o filme depois do termino. E concluiu dizendo: - Se eu pudesse voltar... Eu faria, se voltasse, o meu dia valer a pena, não perderia as oportunidades para servir, fazer o bem... E menos ainda as de rir o riso mais alegre e solto que eu pudesse. - Se voltasse, ah, eu não construiria muros. Eu deixaria cada um ser como é e amaria assim mesmo. Eu poria minha mão no ombro de quem chora, sem a indelicadeza de antes julgar seus merecimentos. Ensinaria, sim, daria alguns conselhos, minha opinião, se fosse indagada, mas faria tudo com leveza.