LEMBRA-TE SEMPRE
Gerenciar os pensamentos e as emoções
Certa vez uma
estudante de engenharia procurou um psiquiatra queixando-se de
depressão. Ela passara por sete psiquiatras e tinha tomado quase todos
os tipos de antidepressivos. Estava desanimada. A vida não tinha cor. A
esperança se dissipara. A dor da depressão, que é o último do sofrimento
humano, roubara-lhe o sentido da vida. Disse-lhe que ela não
deveria se conformar em ser uma doente. Ela poderia virar o jogo. O
resgate da liderança do seu eu seria capaz de potencializar o efeito dos
medicamentos e resgatar seu encontro pela vida. Afirmei que ela
tinha dentro de si ferramentas que estavam subutilizadas. Comentei que,
apesar de importante, a medicação era um ator coadjuvante do tratamento.
Quem é o ator principal? O gerenciamento dos pensamentos negativos e
das emoções angustiantes. Ela aprendeu que todo o lixo que passava
pelo palco da sua mente era registrado automaticamente na memória e não
podia mais ser delatado, apenas reeditado. Compreendeu que devia não
apenas entender as mazelas do seu passado para fazer essa reedição, mas
também criticar cada pensamento negativo e cada emoção perturbadora. Assim,
a jovem frágil pouco a pouco deixou de ser vitima dos seus problemas e
começou a reescrever a sua história e a contemplar o belo. As flores
apareceram depois de longo e insuportável inverno. Ficou mais bonita.
Todos que passam pelo caos da depressão, do pânico, das fobias, das
perdas, e o superam, ficam mais bonitos interiormente. Se os
jovens não aprenderem a gerenciar seus pensamentos, serão um barco sem
leme, marionetes dos seus problemas. A tarefa mais importante da
educação é transformar o ser humano em líder de si mesmo, líder dos seus
pensamentos e emoções.
As escolas em todo o mundo ensinam os
alunos a dirigir empresas e maquinas, mas não os preparam para ser
diretores do script dos seus pensamentos. Sua vida emocional é
miserável. Enfrentam o mundo, mas não sabem remover o entulho da sua
mente. São fortes no mundo externo, mas frágeis lideres nos solos da sua
psique. Os professores fascinantes devem ajudar seus alunos a se
libertar do cárcere intelectual. Como? Independente da matéria que
ensinam, devem mostrar, pelo menos uma vez por semana, que eles podem e
devem gerenciar seus pensamentos e emoções.
Já é tempo de
produzirmos autores e não vitimas da própria história. Já é tempo de
prevenirmos doenças emocionais entre os jovens, em vez de esperar para
tratá-las depois que elas afloram. Os jovens precisam de uma educação
surpreendente.
Lourival Pita Junior
(In: Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Augusto Jorge Cury. Ed. Sextante. Rio de Janeiro, 2003. Págs. 147/150).
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