O FILHO DO JARDINEIRO
Um
homem muito rico vivia em sua mansão, cercada de um jardim florido, e
um grande lago que se podia avistar de dentro da casa. Em uma manhã,
apreciado a paisagem da escada de seu quarto, viu seu filho atravessando
a ponte sobre o lago, e no momento seguinte presenciou a pior cena de
sua vida. Seu filho, ainda pequeno, caiu dentro do lago.
O pai desesperado
saiu correndo, gritava por socorro, mas nada podia fazer. Ao se
aproximar, ele viu o seu filho nos braços do jardineiro, que acabara de
tirá-lo de dentro da água e tentava reanima-lo. Após voltar a si, o
menino chorou muito assustado e correu para os braços do pai. O pai,
emocionado ao ver o filho a salvo, diz ao velho jardineiro:
- Meu amigo, o que
você acaba de fazer não tem preço. Portanto, o que me pedir, eu lhe
darei. Até mesmo, metade da minha fortuna, se assim você quiser.
O velho jardineiro, vendo a alegria do pai disse:
- Senhor, eu não
fiz nada que uma pessoa não o faria. Estava perto, e tenho certeza, se
fosse o meu filho o senhor faria o mesmo.
O patrão insistiu com o jardineiro:
- Por favor, peça alguma coisa, eu quero retribuir seu ato heróico. Você salvou a vida do meu único filho.
Tanto insistiu, que o jardineiro, um pouco envergonhado, disse:
- O senhor sabe
que tenho quatro filhos e o mais velho chamado Eduardo gosta muito de
estudar, e eu não tenho condições de pagar o seu estudo. Se for
possível, ajude meu filho Eduardo nos estudos.
Feliz por saber que poderia retribuir de alguma forma, providenciou as melhores escolas para o Eduardo filho do jardineiro.
Muitos anos
depois, o patrão já estava com bastante idade, e ficou doente. Sua
enfermidade não tinha cura. Sendo ele, um homem muito rico, ofereceu
metade de tudo o que tinha para quem conseguisse cura-lo.
Muitos médicos,
entre eles, grandes especialistas se apresentaram a ele, mas ninguém
conseguia conter a sua febre. Durante uma das visitas que recebeu um
famoso professor lhe falou:
- Existe um jovem cientista médico, que estava fazendo uma pesquisa avançada a respeito dessa doença.
O jovem cientista
foi localizado, e dois dias depois se apresentou ao homem rico enfermo.
Ao vê-lo, o homem já desenganado, fez o apelo:
- Por favor, me cura!
Oferecendo-lhe metade de seus bens. O jovem respondeu:
- Eu estive na
guerra pesquisado esta enfermidade, e descobri que através do mofo
podemos chegar à cura. Ainda não testei os resultados em um ser humano,
somente em cobaias de laboratório. Ainda faltam alguns testes, para
podermos assegurar que terá efeito.
O homem rico, em
total desespero, sabendo que seu fim estava próximo, se apresentou como
cobaia, assumindo todos os riscos. O jovem cientista começou uma serie
de aplicações, e um mês depois, o homem rico já estava curado.
Cheio de saúde, o
rico homem deu uma grande festa, para comemorar seu restabelecimento.
Quando a maioria dos convidados já estava presente, o homem rico pediu
um minuto de atenção, tomou a palavra e disse:
- Hoje, é um dia
muito importante para mim. Este jovem cientista desenvolveu um
medicamento que trouxe de volta a minha cura. O prêmio que vou lhe dar,
não é nada perto das vidas que serão salvas com este novo medicamento. O
jovem cientista olhou nos olhos dele, e disse:
- O senhor não me deve nada. Eu já tenho tudo o que quero.
Respondeu-lhe o jovem cientista. O rico homem insistiu:
- Mas eu insisto que aceite esta fortuna, você a merece.
Neste momento o jovem não tinha tirado os olhos dos seus olhos, e perguntou;
- O senhor não se
lembra que anos atrás você fez esta mesma proposta para o meu pai que
salvou o seu único filho que caiu no lago e o senhor ofereceu para pagar
o estudo do filho do jardineiro. O senhor não está me reconhecendo? Eu
sou o Eduardo o filho do jardineiro. Foi a mim que o senhor pagou os
estudos. O grande prêmio para mim foi poder de alguma forma ter
contribuído para a sua cura. E o prêmio que o senhor ia me dá já foi
pago há muito tempo. Por isto, neste exato momento estamos quites!
Obrigado! E meu eterno agradecimento por ter pagado os meus estudos.
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