O RELÓGIO
Ontem eu perdi o meu relógio de pulso que
ganhei da minha irmã Marla no meu aniversário de 50 anos e um colega me
perguntou:
- Pita, você perdeu o seu relógio!
- Nada perdi tudo que é meu está comigo.
Porque o que é meu é algo livre, inviolável, inabalável e de tal modo
inacessível aos golpes de azar que não pode ser fragilizado e muito menos
vencido. O que é meu permanece, sob o meu pleno domínio, os bens verdadeiros
(Deus, amor, conhecimentos, as minhas experiências, a minha paz, a minha
liberdade) sobre os quais mãos alguma se apossaram, enquanto os demais objetos,
destruídos ou roubados, não tem outro preço além de favores ocasionais de
aprovação da fortuna. Bem por isso não os amo como próprios, pois tudo que
reside do lado de fora da minha interioridade configura-se como posse frágil e
insegura.
Lourival Pita Junior
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