OS SETE PECADOS CAPITAIS DOS EDUCADORES

Os Sete Pecados Capitais dos Educadores

Todos erram: a maioria usa os erros para se destruir; a minoria, para se construir. Estes são os sábios.
1 Pecado Capital
Corrigir Publicamente

Corrigir publicamente uma pessoa é o primeiro pecado capital da educação. Um educador jamais deveria expor o defeito de uma pessoa, pior que ele seja, diante dos outros. A exposição publica produz humilhação e traumas complexos difíceis de serem superados. Um educador deve valorizar mais a pessoa que erra do que o erro da pessoa. Os pais ou os professores só devem intervir publicamente quando um jovem ofendeu ou feriu alguém em publico. Mesmo assim, devem agir com prudência para não colocar mais lenha no calor das tensões. Corrigir alguém publicamente já é grave, humilhar é dramático. Chamar a atenção ou apontar em publico um erro ou defeito de jovens e adultos pode gerar um trauma inesquecível que os controlará durante toda a vida. Ainda que os jovens os decepcionem, não os humilhem. Ainda que eles mereçam uma grande bronca, procurem chamá-los em particular e corrigi-los. Mas, principalmente, estimulem os jovens a refletir. Quem estimula a reflexão é um artesão da sabedoria.

2 Pecado Capital
Expressar Autoridade com Agressividade

Todos cometemos excessos na frente dos filhos, todos ficamos estressados. A pessoa mais calma tem seus momentos de ansiedade e irracionalidade. Portanto, embora desejável, não é possível evitar todos os atritos na frente dos filhos. O importante é o destino que damos aos nossos erros.
Os mesmo principio serve para os professores. Quando dermos um espetáculo agressivo na frente das crianças, devemos pedir desculpas não apenas para nosso cônjuge, mas também para os filhos, pela manifestação de intolerância a que assistiram. Se temos coragem para errar, devemos ter coragem para fazer nosso erro.
Uma pessoa autoritária nem sempre é bruta e agressiva. Às vezes sua violência está disfarçada numa delicada imutabilidade e teimosia. Ninguém muda sua opinião. Se insistirmos em manter nossa autoridade a qualquer custo, estaremos cometendo um pecado capital na educação dos nossos filhos. Nosso autoritarismo controlará a inteligência deles. Nossos filhos poderão reproduzir nossas reações no futuro. O registro silencioso não-trabalhado cria moldes no secreto da nossa personalidade.
Os pais que impõem sua autoridade são aqueles que têm receio das suas próprias fragilidades. Os limites devem ser colocados, mas não impostos. O dialogo é uma ferramenta educacional insubstituível. Deve haver autoridade na relação pai-filho e professor-aluno, mas a verdadeira autoridade é conquistada com inteligência e amor. Pais que beijam, elogiam e estimulam seus filhos desde pequenos a pensar não correm o risco de perdê-los e de perder o respeito dele.
Não devemos ter medo de perder nossa autoridade, devemos ter medo de perder nossos filhos.

3 Pecado Capital
Ser Excessivamente Critico – Obstruir a Infância da Criança

Desejando acertar muitos pais cometem alguns pecados capitais da educação: impôs autoridade, humilha seus filhos em publico, critica excessivamente e obstruí sua infância. Cada um desses pecados capitais é universal, pois é um problema tanto numa sociedade moderna quando numa tribo primitiva. Não critique excessivamente. Não compare seu filho com seus colegas. Cada jovem é um ser único no teatro da vida. A comparação só é educativa quando é estimulante e não depreciativa. Dê aos seus filhos liberdade para ter as suas próprias experiências, ainda que isso inclua certos riscos, fracassos, atitudes tolas e sofrimentos. Caso contrario, eles não encontrarão os seus caminhos. A pior maneira de preparar os jovens para a vida é colocá-los numa estufa e impedi-los de errar e sofrer. O Mestre dos mestres Jesus Cristo disse certa vez que Pedro o negaria. Pedro discordou veementemente. Jesus poderia criticá-lo, apontar seus defeitos, acusar sua fragilidade. Mas qual foi sua atitude? Nenhuma. Ele não fez nada para mudar as ideias do amigo. Deixou o jovem apóstolo Pedro ter suas experiências. O resultado? Pedro errou drasticamente, derramou lágrimas incontidas, mas aprendeu lições inesquecíveis. Se não tivesse e se tornasse quem foi. Mas, como falhou, aprendeu a tolerar, a perdoar, a incluir. Temos de ter em mente que os fracos condenam, os fortes compreendem, os fracos julgam, os fortes perdoam. Mas não é possível ser forte sem perceber nossas limitações.

4 Pecado Capital
Punir Quando Estiver Irado e Colocar Limites Sem Dar Explicações

Jamais puna quando estiver irado. Como disse, não somos gigantes, e nos trinta primeiros segundos da raiva somos capazes de ferir as pessoas que mais amamos. Não se deixe escravizar por sua ira. Quando sentir que não pode controlá-la, saia de cena, pois, caso contrario, você reagirá sem pensar. A punição física deve ser evitada. A melhor forma de ajudá-los é levá-los a repensar suas atitudes, penetrar dentro de si mesmos e aprender a se colocar no lugar dos outros. Praticando essa educação você estará desenvolvendo as seguintes características na personalidade dos jovens: liderança, tolerância, ponderação, segurança nos momentos turbulentos. Para educar, use primeiro o silêncio e depois as ideias. A melhor punição é aquela que se negocia. A punição só é útil quando é inteligente. Elogie o jovem antes de corrigi-lo ou criticá-lo. Ele acolherá melhor suas observações e o amará para sempre.

5 Pecado Capital
Ser impaciente é desistir de educar

Por trás de cada aluno arredio, de cada jovem agressivo, há uma criança que precisa de afeto. Todos querem educar jovens dóceis, mas são os que nos frustram que testam nossa qualidade de educadores. São seus filhos complicados que testam a grandeza do seu amor. Seus alunos insuportáveis é que testam seu humanismo. Paciência é o seu segredo, a educação do afeto é sua meta. Basta investir neles.
6 Pecado Capital
Não Cumprir Com a Palavra

Seja honesto com os jovens. Não cometa esta falha capital. Cumpra o que promete. Se não puder, diga “não” sem medo, mesmo que seu filho esperneie. E se você errar nessa área, volte atrás e peça desculpas. As falhas capitais na educação podem ser solucionadas quando corrigidas rapidamente. A confiança é um edifício difícil de ser construído, fácil de ser demolido e muito difícil de ser reconstruído.
7 Pecado Capital
Destruir a Esperança e os Sonhos

O maior pecado capital que os educadores podem cometer é destruir a esperança e os sonhos dos jovens. Sem esperança não há estrada, sem sonhos não há motivação para caminhar. O mundo pode desabar sobre uma pessoa, ela pode ter perdido tudo na vida, mas, se tem esperança e sonhos, ela tem brilho nos olhos e alegria na alma. Os jovens que perdem a esperança têm enormes dificuldades para superar seus conflitos. Os que perdem seus sonhos serão opacos, não brilharão, gravitarão sempre em torno de suas misérias emocionais e suas derrotas. Crer no mais belo amanhecer depois de mais turbulenta noite é fundamental para ter saúde psíquica. Não importa o tamanho dos nossos obstáculos, mas o tamanho da motivação que temos para superá-los. Os professores e os pais são vendedores de esperança, mercadores de sonhos. Uma pessoa só comete suicídio quando seus sonhos se evaporam, sua esperança se dissipa. Sem sonhos não há fôlego emocional. Sem esperança não há coragem para viver.

Lourival Pita Junior
(Baseado no livro: Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Augusto Jorge Cury. Ed. Sextante. Rio de Janeiro, 2003. 55/81)

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