A CIGARRA E A FORMIGA

Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra, muita amiga. Durante todo o outono, a formiguinha só pensava em trabalhar, dia e noite sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Ela não deu muita atenção à sua família e nada de sol, de brisa suave do fim da tarde, nem do bate-papo com os amigos. Seu nome era “trabalho” e o seu sobrenome “dia e noite”. Enquanto isso, a cigarra procurou um trabalho de que viesse a gostar muito. Só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade, não desperdiçou um minuto sequer. Cantou durante todo o outono e motivou as pessoas a aproveitarem os prazeres da vida, mesmo no dia-a-dia de trabalho. Após algumas semanas, chegou o inverno, com sinais de que seria muito rigoroso. A formiguinha exausta de tanto trabalhar, entrou para a sua aconchegante casa, repleta de comida. Não tardou, ouviu alguém lhe chamar do lado de fora. Abriu a porta, e ficou surpresa com o que viu. Sua amiga cigarra estava dentro de uma Ferrari com um lindo casaco de vison. A cigarra disse para a formiguinha:

- Olá amiga! Vou passar o inverno no Havaí. Será que você poderia cuidar da minha nova cobertura?

E a formiguinha respondeu:

- Claro, sem problemas! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu dinheiro para comprar uma cobertura, este carro e ainda ir para o Havaí?

A cigarra respondeu:

- Imagine você que eu adorava cantar em bares. Há duas semanas conheci um produtor musical que gostou da minha voz e notou “que eu amava o que fazia”. Sabe o que aconteceu? Fechei um contrato por tempo indeterminado para fazer shows pelo mundo começando pelo Havaí. A propósito, a amiga deseja algo de lá?

- Desejo sim, quando fizer um show em Paris, se encontrar por lá o La Fontaine (autor da fábula original), mande-o plantar batatas!!!