O PORQUINHO VALENTE - A SUJEIRA DA ALMA

Valente era o porquinho mais sapeca da pocilga de Dona Vera. Gordinho, muito branco e manhoso, ele era estimado por todos os suínos e também pelos outros bichos que sempre o mimavam com palavras agradáveis. Um dia uma vaca chamada manhosa o chamou pra ter uma conversa:

- Valente você é um porquinho muito charmoso e deve viver num ambiente limpo e agradável, ao invés de ficar neste lugar imundo em que está. Se você largar esta pocilga e se vestir com elegância, se frequentar os salões de festas e a sociedade poderá conquistar as mais belas jovens e viver uma vida muito agradável e promissora.

Valente, que também era vaidoso, vestiu-se com elegância e passou a frequentar as mais animadas festas. Na noite ele conheceu o álcool e as drogas que embalam a juventude. Viu os homens caídos na sarjeta depois de seus excessos, rolando no chão, inconscientes. Conheceu uns políticos que roubavam os patrimônios públicos e levavam o país à ruína. Encontrou crianças famintas e sujas no sinal de transito pedindo esmolas e se oferecendo ao mercado da prostituição.Viu cidades dividas, onde uns poucos viviam abundancia, enquanto muitos outros morriam d fome. Cansado e decepcionado, volto para a sua pocilga, onde encontrou os seus companheiros que fizeram festa pela sua volta. Só a vaca estava inconformada:

- Mas valente você estava tão bem e agora voltou para este lugar imundo?

Ele respondeu:

- Quando sair daqui eu esperava encontrar uma realidade bem diferente, mas vi tanta sujeira e podridão que volto convencido de que o lugar onde moro é bem mais limpo, se comparado à sociedade, onde as pessoas sair corrompidas com seus valores e onde a dignidade exposta ao extermínio. O pior lixo é o que emporcalha por dentro e para este limpeza com água e sabão não resolve. O sujo das ruas, como a lama dos porcos, atinge apenas o exterior e pode ser limpo a qualquer hora, mas a sujeira da alma permanece e contamina toda a sociedade.

Será que suas ações estão contribuindo para uma sociedade justa? Faça caro leitor, hoje, uma reflexão das suas ações e atitudes. Pense nisso: as coisas só mudam quando mudamos a nós mesmos.