As Flores Falam...



Um automóvel parou à porta de um cemitério e dele saiu o motorista que se dirigiu ao zelador, dizendo-lhe:
- Minha patroa está bem doente e não pode andar, mas gostaria de falar com o senhor.
Uma senhora bem avançada em idade, olhos cavos e fundos que não podiam esconder um profundo sofrimento, foi logo dizendo:
- Nestes dois últimos anos tenho mandado R$ 10,00 reais por semana para comprar flores para serem colocadas na sepultura do meu filho. Venho hoje aqui, talvez pela última vez, porque os médicos dizem que tenho poucos dias de vida, e não queria morrer sem agradecer-lhe.
O funcionário do cemitério teve um momento d hesitação, afinal com voz trêmula confessou:
- Sabe minha senhora eu sempre lamentei que estivesse mandando dinheiro para flores...
- Como assim?
Retrucou-a com certo ar de espanto.
- Minha senhora, é porque as flores duram tão pouco tempo! E aqui ninguém as vê! Pertenço a uma Associação de Serviço Social, cujos membros visitam os hospitais e os asilos dos velhos. Ali, sim, é que as flores fazem faltas. Os internados podem vê-las e apreciar-lhe o perfume. Minha senhora, nos hospitais e asilos, há pessoas vivas.
A senhora, com manifestando aborrecimento, ordenou ao motorista para irem em embora.
Tempos depois, o zelador do cemitério o mesmo que tinha falado com ela, foi surpreendido com a visita dela, que pessoalmente vinha dirigindo o carro e logo foi dizendo:
- Agora, eu mesma levo as flores aos doentes e aos velhos. O senhor tem razão, eles ficam radiantes e com isto eu me sinto feliz. Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei. Hoje eu tenho um motivo para viver.
A senhora da historinha, descobriu que auxiliando aos outros estava auxiliando a si própria.
Compreendeu que as flores não foram feitas para embalsamarem mortos nem despistar a tristeza, mas pra perfumar a vida de alegria e de felicidade.

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