Você e o Seu Inimigo



Um monge estava só, ao cruzar uma ponte na qual mal conseguia equilibrar-se. A cada ponto transposto a passos curtos, mas a ponte, que era feita de cordas, se movimentava furiosamente. Logo, o monge percebeu, caminhava pelo corrimão, um escorpião, justamente no lugar cujo apoio lhe era essencial. O animal, pequeno e letal, começou a subir pela mão do monge. O Bicho continuo lento e gradativamente pelo braço até alcançar-lhe o ombro. O homem sob o manto experimentou, naquele momento um gelo perpassar-lhe a espinha e fê-lo parar instantaneamente a caminhada. Antes que seu coração disparasse, lembrou-se de respirar com mais calma. Sua mente buscou as nuvens, e por longos segundos o escorpião não se moveu. Em seu socorro, como numa providencia divina, uma rajada de vento os atingiu, fazendo-os balançar violentamente. Com isso, a ameaça foi lançada abismo adentro, de encontro às rochas. Feliz, o monge agradeceu ao vento e seguiu sua caminhada.Tendo ouvido atentamente a história contada pelo mestre, o pupilo esperou pela conclusão: 
- Agradeci pela sorte que tive. Mas, se eu não tivesse passado despercebido ao escorpião, certamente nossa historia teria outro fim. Pois só se pode acertar aquilo que se consegue ver ou sentir. 
Entenda não fornecer informações ao inimigo, seja ele de qualquer natureza, leva-nos ao caminho da segurança. Na vida, surgirão varias escorpiões (inimigos) pelos corrimões (caminhos), e eles devem ser recebidos e reconhecidos por nós. E nós devemos buscar nunca ser percebidos por eles. Devemos ser parte do ambiente que os cerca, percebendo os inimigos declarados em qualquer nível, para, assim, tentamos atravessar incólumes todas as pontes que cruzarmos.

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