A ROSA E O CACTO



Em um lugar distante, havia um pequeno jardim, onde viviam, lado a lado, uma rosa e um cacto. O cacto estava sempre triste, pois apesar de ser gentil e amável, seus longos espinhos afastavam os pequenos animais que por ali passavam. Ele não tinha boa aparência, mais tinha um bom coração. Todos os julgavam mal, antes de conhecê-lo. Ele não tinha nenhum amigo, pois dele ninguém se aproximava. Já a rosa... Ah, a linda e perfeita rosa! Ela sempre fora a mais bela flor do jardim. Todos os admiravam, ela era o centro das atenções naquele jardim. Todavia, ela era perversa e leviana. Tinha prazer em esconder os seus espinhos abaixo das suas pétalas e com eles perfurar os corações dos animaizinhos que dela se aproximavam. Adorava ver o sangues deles aos seus pés, pois ela se achava superior a todas as outras criaturas. Dia a por dia a cena se repetia. O cacto presenciava a crueldade da rosa e tentava alentar os animais, mas era tudo em vão, ninguém o ouvia. Todos os dias a assassina levava mais uma vitima, mais uma vida inocente. Ela zombava do cacto, dizendo:
- Veja você, com sua simpatia, só conseguiu solidão. Incompetente você. Você é horrível, um erro. Eu sou a mais bela do jardim, todos me amam!
A crueldade da rosa a todos a sua volta, inclusive o pobre cacto, que chorava ao ouvir as palavras da rosa lhe dizia, e chorava mais ainda, ao ver a próxima vitima caída aos pés dela. Passavam estações e veio o inverno. Um inverno muito rigoroso, como jamais ocorrera naquele jardim. Todas as plantas morreram. Elas foram levadas ao criador, pois queria um lugar no seu magnifico jardim. Formou-se uma fila para falar com o criador, ao final da fila, estava a rosa e o cacto. A rosa menosprezava o cacto, dizendo:
- Você jamais terá um lugar no jardim.
A fila foi andando, e eis que finalmente chegou a hora da rosa ser julgada. Ela nem esperou uma palavra do criador, foi logo entrando pelos portões do jardim, mais antes de que pudesse pisar no solo prefeito, o criador a parou e disse:
- Aonde pensa que vai minha querida?
Ela estacou, abismada, pois não acreditava no que estava ouvido, nem conseguia falar direito. O criador continuou:
- O seu lugar não é ai. Você é perversa, portanto não há no meu jardim lugar para você. Quando este jovem cacto, este tem lugar especial. Apesar de tudo o que você dizia a ele, a prezar de tudo o que você fazias, ele orava a mim todas as noites, intercedendo por ti.
A rosa, incrédula, perguntou:
- O que fará com ele então mestre?
O sábio olhou o bondoso cacto e pergunto-lhe:
- Qual a sua maior vontade?
O cacto respondeu:
- Senhor, creio que não sou digno de tanto, mas se queres me conceder um desejo, que me transforme numa linda flor, para que ninguém jamais fuja de mim e para que me ame, assim como eu amo o solo e a todas as criaturas.
- Se queres, assim será feito.
E o cacto foi transformado numa linda rosa branca, tornou-se a mais bonito que qualquer outra flor de qualquer jardim.






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